Hepatite E - uma doença emergente que pode ser transmitida por alimentos

29 Mai, 2020
Hepatite E - uma doença emergente que pode ser transmitida por alimentos

Fonte: INSA, Departamento de Alimentação e Nutrição

 

O vírus da hepatite E (VHE) é uma das principais causas de hepatite aguda em humanos nos países em desenvolvimento tendo sido, recentemente, reconhecido em países desenvolvidos como um patogénico emergente.

 

Apesar da hepatite E não ser uma doença de notificação obrigatória a nível europeu, dados reportados por alguns países da União Europeia/ Região Europeia, entre 2005 e 2015, evidenciam que este vírus provocou 21000 casos de doença e 28 mortes, com uma tendência crescente, estimando-se que a nível global infete cerca de 20 milhões de pessoas anualmente, resultando em cerca de 3,3 milhões de casos sintomáticos e 44000 mortes.

 

De referir que apesar da maioria das infeções ser assintomática, quando ocorre a manifestação de sintomas, estes podem incluir febre, dor de cabeça, náuseas, vómitos, dores abdominais, perda de peso e icterícia. O VHE pode também, numa minoria de casos, originar sintomas neurológicos. A doença tem um período de incubação (tempo que decorre entre a infeção e o aparecimento dos primeiros sintomas) longo, entre 2 a 10 semanas, sendo em grupos vulneráveis, nos quais se incluem imunocomprometidos e grávidas, mais severa, podendo mesmo ser fatal.

 

O vírus da hepatite E inclui 4 genótipos que causam infeção em humanos. Os genótipos 1 e 2 apenas circulam na espécie humana, estando muitas vezes associados a surtos epidémicos de hepatite nos países em vias de desenvolvimento, enquanto os genótipos 3 e 4 podem ser responsáveis por infeções, tanto em humanos como em algumas espécies de animais, podendo provocar casos esporádicos de hepatite em países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.

 

O vírus da hepatite E é um importante problema de saúde, estando os casos de doença frequentemente relacionados com o consumo de carne e de produtos derivados crus, ou insuficientemente cozinhados, provenientes de animais portadores (o porco é um dos principais reservatórios deste vírus) ou pela utilização de águas para consumo humano, ou para irrigação, contaminadas.

 

Esta é uma doença emergente para a qual ainda não há uma vacina, que pode ser prevenida e controlada através do cumprimento de medidas básicas de higiene, da exclusão do consumo de carne e produtos cárneos mal cozinhados, e da eliminaç&a